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Se a sua avó tivesse dado explicações a Miguel Torga...

16/1/2017

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... e ele tivesse aludido ao facto numa das suas obras?
Ia querer registar toda a informação de modo a preservar essa memória da sua família! 
Foi o que decidiu fazer a neta, com a nossa colaboração.
A dificuldade foi parar de ler "A Criação do Mundo" de Miguel Torga quando o tema deste trabalho se esgotou.

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É por isso que preservamos o legado de cada ser humano...

13/1/2017

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O mar, dentro e fora de mim

24/11/2016

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Comecei este livro há quase dois anos, o tempo que deixou de contar para a mãe que mo encomendou. 
Conheci o Luís através do luto dela, das memórias dos amigos, dos ecos da família.
Conheci-o também pernoitando no quarto que foi dele, aspirando profundamente o amor que ele tinha pelo mar, contemplando a ordem das suas roupas nos armários e apreciando os títulos dos livros que expostos nas prateleiras. 
Conheci-o ouvindo o irmão, respeitando o silêncio do pai e da irmã.
Este livro não é uma biografia, é uma interpretação simbólica da sua vida. É um beijo póstumo de uma multidão de amigos numa pessoa que não esperou pelas despedidas.
É a estatueta da liberdade, a travessia da dor, a permanência sem medo na ausência.
Em cima da secretária do Luís, havia ainda um calendário com as previsões meteorológicas para a prática de surf em cada praia. Se algum dia eu sentir a adrenalina de desafiar uma onda em cima de uma prancha, conhecê-lo-ei ainda melhor, muito mais profundamente.
Para já, fica a ligação de amizade à mãe e a certeza de que esta história também já galgou os limites do tempo em mim.

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Concha mágica

3/11/2016

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Uma carta com as palavras certas vale tanto como um livro inteiro.
Esta é um desses casos, mas quisemos acrescentar-lhe valor e, com a colaboração certa, a carta foi ilustrada e depois guardada numa caixa personalizada.
O resultado também não precisa de muitas palavras!
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Muito para além do resultado...

1/10/2016

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Quando contribuir para uma homenagem sentida, recolhendo e escrevendo memórias de uma vida de serviço dedicada aos outros, se mistura com amizade, a motivação é redobrada.
Foi um enorme prazer apresentar este trabalho, mas foi muito melhor fazê-lo!

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Caçadores de Palavras

23/6/2016

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Participou na nossa oficina de escrita criativa no TEDx Aveiro e diz que...

27/5/2016

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“Não tenho aptidão para as artes”, “não sei desenhar”, “não sou criativo”, “não tenho jeito para a escrita” entre muitos outros “não sou capaz”. E se te dissessem que, com os estímulos certos, todos nós somos capazes?
Este ano, o TEDx Aveiro deu-me a oportunidade de participar num fantástico workshop de Escrita Criativa, orientado pela Daniela Costa, responsável pelo projeto “Biografias por encomenda”.
Foi uma hora de incerteza, magia e descoberta, que permitiu aos presentes desenvolver aptidões que até então desconheciam. De uma forma muito serena e criativa, a Daniela mostrou-nos que todos somos capazes de escrever e, como que num sopro, todos nós conseguimos enfrentar os nossos receios e transforma-los em pequenas relíquias. Tal como ela nos ensinou, para se conseguir inspiração, o mais importante é saber tirar proveito dos nossos sentidos e perder o medo da folha em branco. Não há bem nem mal no início, o importante é começar. Particularmente falando, eu senti que este workshop me ajudou a quebrar várias barreiras, a acreditar mais em mim e a ver o horizonte com mais nitidez.
Penso que esta é uma experiência extremamente enriquecedora pelo simples facto de nos ajudar a compreender não só as nossas emoções como também o mundo que nos rodeia, pois só assim conseguiremos ser felizes. No geral, posso dizer que é uma pequena odisseia com potencial para embelezar a vida de todos aqueles que tiverem coragem para enfrentar os seus medos."
Daniela Simões

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(…) A menina crescia com os cabelos soltos, tantas vezes sem serem penteados,brincando com as formigas e as pinhas (…).

25/1/2016

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A Vera Guedes, no seu blogue Diário Ilustrado, falou hoje da grande cumplicidade que tem de haver entre quem escreve e quem ilustra.
Decidi partilhar aqui também esta amostra de um dos nossos trabalhos. Quem escreve intui os silêncios e fala muitas vezes do que não conhece, mas podia ter conhecido.
Quem ilustra espreita pelas cavidades das palavras e vê o que não pode ser escrito, acrescentando-lhe subjetividade.
E assim nos vamos entendendo!

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Lugares Sagrados

17/5/2015

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E então chega-se ao fim de um caminho e temos de escolher: ou seguimos por outro, aprazível por ser plano e ter as marcas da preferência dos outros caminhantes bem vincadas na fronteira clara entre a vegetação e a terra batida, ou cortamos por um trilho cheio de pedregulhos e com muita inclinação.
Por vários motivos, nem sempre os mais virtuosos, como a pressa de chegar, a curiosidade, o desafio, a vontade de se afirmar ou de provar alguma coisa a alguém, acontece muitas vezes escolhermos o caminho mais difícil.
Foi esse o desafio que eu vivi no sábado passado. Escolhi o caminho mais agreste porque o mapa mo indicava e eu não quis arriscar perder-me. 
Estive fora da minha cidade, a entrevistar uma família em luto. A perda é recente e é asfixiante, como duas mãos fortes agarradas a um pescoço. Ele tinha a minha idade e morreu inesperadamente e deixou tudo, tudo, tudo para trás... O meu trabalho é organizar um livro que lhe preste homenagem e para isso fiz uma maratona de entrevistas a familiares mais próximos, a amigos, a familiares. Como estava deslocada, fiquei hospedada em casa dessa família. 
E então cheguei à bifurcação, quando me disseram que me tinham preparado o quarto do filho que morreu, e que continua exatamente como estava, para eu dormir. Eu podia escolher, mas o mapa apontava claramente numa direção. E eu subi o trilho.
E, por mais entrevistas que tivesse feito, fotos que tivesse visto ou vídeos que tivesse visualizado, nenhuma experiência me podia ter levado tão perto da pessoa que quero homenagear como a partilha dos seus lugares sagrados. E não falo só do quarto...

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Escrever (também) é Viajar

27/2/2015

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É engraçado olharmos para o mapa mundo que tantas vezes nos deixa a sonhar e a imaginar como seria a experiência de viajarmos para determinado país, de como as culturas são tão peculiares e tão ricas, imaginando as vidas das pessoas lá, e nos apercebermos como aos poucos e poucos fomos furando fronteiras, saltando muros e chegando mais além... Afinal não são as histórias que nos movem? E elas não estão em todos os lugares?

Felizmente, hoje em dia, as distâncias estão minimizadas e é possível estarmos em contacto direto com um cidadão do outro lado do mundo. E é esta inovação que nos permite viajar sem sair de casa.

Se já em Portugal fazíamos trabalhos para todo o país e conseguíamos ajeitar sempre a melhor opção para recolha de informação e para contacto com quem recorre aos nossos serviços, estamos a abrir asas e a voar até mais longe.

Sem nos apercebermos, vemo-nos fechadas em bibliotecas a ler sobre outras culturas, a navegar na internet e a conhecer outros lugares e a conversarmos com pessoas que num ambiente diferente do nosso nos contam a sua história.

Da Suíça, alguém nos pediu a história da sua mãe, que com idade a rondar os 90, vive numa aldeia serrana, em Castro Daire.

Também dos Alpes, uma amiga não quis deixar passar o regresso às origens da sua companheira de viagem de trabalho e de aventuras em branco e pediu-nos uma carta que descrevesse a gratidão que é tê-la na sua vida.

A língua une-nos e para o Brasil estamos a escrever a história de uma família. Uma vida nova está prestes a brotar e, com os avós ainda vivos, o V. sentiu a necessidade de guardar recordações e apresentar a história da sua família à sua filha que nascerá em Abril.

Também nos estamos a preparar para escrever uma história de alguém que nunca deixou de lutar. Já viveu em vários países distintos e neste momento desenvolve atividades profissionais no Egito.

E, por fim, mas não menos importante, Angola tem sido nossa companheira em vários trabalhos. E a nossa vontade de passear na Baía de Luanda não para de crescer.

Enquanto isso, vamos escrevendo e viajando em cima das palavras… 

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