O meu texto foi selecionado, entre 105, como o vencedor de um concurso organizado pela Embaixada da República da Coreia em Portugal. Resultado: um bilhete para a Coreia do Sul na mão!
É bom, é muito bom ter uma oportunidade de descobrir um canto do mundo onde nem a minha imaginação me tinha levado a passear.
Mas isso é só a cereja. E o bolo é imensamente mais saboroso: o reconhecimento de algum valor que a minha escrita possa ter. E esse selo ter sido colado por um júri muito competente, que à cabeça tinha nem mais nem menos a figura literária da atualidade que eu mais admiro em Portugal: José Luís Peixoto!
Mais do que excitação ou nervosismo, fui invadida por uma doce serenidade que me permitiu aproveitar ao máximo uma tarde onde não houve espaço para o arrependimento das palavras não ditas. Só precisei de ser eu, olhos que congelam pedaços de tempo, ouvidos quietos sentados num banco de jardim e o paladar a entrar por caminhos novos. Estava perante alguém muito importante. Não por ser mais importante do que alguém. Mas por ter entrado dentro do meu sonho. Ter o prazer de se conviver com uma pessoa que adquire para nós o estatuto de modelo causa uma impressão muito forte. Paralisa a razão e eu estou contente por ter enxotado a ansiedade, como quem afasta uma mosca chata do seu bolo.
E a palavra que eu não disse e vou tentar escrever é: Obrigada!
Na verdade, acho que até a pronunciei. E agora até a digitei.
Mas o que eu queria mesmo era que esta gratidão pudesse ser vista. Pois é tão imensa em mim a minha pequenez que me faz poder acolher inteiramente o que é maior do que eu. Deixar-me ser depósito do que essa força superior consegue operar em mim. E ser eu própria a gratidão.
Estou assim: FELIZ!