Aos 18 anos, Portugal e a eterna Coimbra esperavam-no. Com ela, uma consciência política, um sonho de libertação do coração que nunca deixou de ser Angola. Mesmo ao lado, o rock, o pop, o fado, o Zeca Afonso, com quem gravou discos e solidificou uma bonita amizade.
Depois, as perseguições da PIDE, a fuga precipitada a salto, os trabalhos para a sobrevivência em França e o início de uma vida profissional na Argélia. A vocação do ensino, acompanhada de uma missão maior: a luta pela libertação do seu povo.
A revolução de Abril, Angola, Agostinho Neto, a construção de uma país a partir do zero. O medo, a perseverança, a guerra civil, a espera desesperante.
As Nações Unidas, o regresso ao cemitério onde deixou o irmão no interior do país.
Um homem que conhece o mundo e que se sente de todo o lado.
Com ele, viajámos até às profundezas das dúvidas e das paixões mais afincadas, à mesma velocidade com que nos dirigimos até à terra dos 'contratados', visitámos templos hindus, sentimos o cheiro do sândalo, conhecemos o sabor dos frutos tropicais e ficámos sentados nas margens do Mondego a ver estudantes de capa preta a lutar por um futuro que é agora nosso.